ARI participa do Parlamento das Águas
- ariserragaucha
- 3 de mar.
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Nova diretoria do Comitê Taquari-Antas foi empossada com a participação da Ari Serra Gaúcha

No dia 27 de fevereiro de 2025, no Bloco H da Universidade de Caxias do Sul, foi efetivada a posse da nova diretoria do Comitê Taquari-Antas, que passa a ser presidido por Maria do Carmo Quissini, tendo como vice Júlio Salecker. Ambos com forte atuação no Comitê desde longo tempo.
O corpo diretivo do Comitê passa agora a ter diretorias específicas. A ARI Serra Gaúcha integra a área de Comunicação, representada por suas diretoras de Meio Ambiente, as jornalistas Vera Mari Damian e Rosa Ana Bisinella. Desta forma, a ARI Serra Gaúcha retoma sua participação junto ao Comitê Taquari Antas, que, no passado, já teve como seus representantes Juçara Tonet Dini e Roberto Filipini.

O destaque do evento ficou para a homenagem ao grande incentivador e ex-presidente do Comitê, professor Isidoro Zorzi. Em seu pronunciamento emocionado, Zorzi lembrou de seus 50 anos como docente junto à UCS e de seus esforços nos primórdios da criação do Comitê para dar a entender a todos sobre a importância da organização civil em torno das bacias hidrográficas.
Destacou que a UCS integra dois comitês – Taquari-Antas e Caí – já que parte da área física da universidade está localizada nas duas bacias hidrogáficas. “Aqui no Bloco H estamos na área do divisor de águas. Parte do esgoto e das águas pluviais vai para o Rio das Antas e parte para o Rio Caí”, exemplificou, deixando uma mensagem lapidar a todos “Viemos da água e agora temos que protegê-la”.
A nova diretoria toma posse em um momento ímpar do Comitê, que finalmente conseguiu aprovar em dezembro passado seu plano de ação, após cerca de 15 anos de debates com diversos atores sociais.
Os episódios de enchentes de 2023 e 2024 impuseram uma agilização no processo. Paradoxalmente, o novo Plano de Ação do Comitê Taquari-Antas tem como prioridades a gestão da água para consumo e a gestão de eventos crítico. Leia-se, gestão das secas e das enxurradas.
Em 2024, o Comitê promoveu o Fórum técnico científico da Bacia Taquari Antas, de março a novembro de 2024 que permitiu a capacitação de agentes e a aproximação das comunidades ao longo da bacia.
“Lembramos que as reuniões do Comitê são abertas a toda a comunidade. Precisamos
avançar na melhoria da qualidade da água e na gestão de eventos extremos”, lembrou a nova presidenta.

Sobre o Comitê Taquari-Antas
A Bacia Hidrográfica Taquari-Antas, localizada na Região Hidrográfica da Bacia do Guaíba, possui área de 26.430 km² e responde por 18% do PIB do RS. Conta com 530km de extensão, nasce em São José dos Ausentes e até sua foz em Triunfo reúne 119 municípios.
A população estimada é de 1.383.442 habitantes (2020), sendo 1.081.261 habitantes em áreas urbanas e 302.181 habitantes em áreas rurais.O Taquari Antas é considerado o comitê de bacia com o maior número de municípios do Brasil.
O comitês são conhecidos como os Parlamentos das Águas nas respectivas bacias, o que significa que sua função é deliberativa, com poderes para decidir sobre questões relacionadas ao uso dos recursos hídricos, conforme definido na Lei das Águas(10350/94). A criação dos Comitês de Gerenciamento de Bacia Hidrográfica, no Rio Grande do Sul obedeceu a um processo aberto, democrático e participativo na década de 1990.
A Bacia Hidrográfica Taquari-Antas foi a primeira a criar o seu Comitê, oficializado pelo Decreto nº 38.558, de 08/06/1998.
Desde então representantes do poder público e da sociedade civil organizada vêm se reunindo com a missão de fazer a gestão das águas da bacia e promover o desenvolvimento sustentável. Com os recentes desastres ambientais ocorridos ao longo da Bacia Taquari-Antas, o processo foi intensificado.
Segundo o site da Semma, a Fase C do Plano de Bacia define ações para garantir o uso sustentável da água, atendendo às necessidades sociais, econômicas e ambientais. A falta de um plano completo para a Bacia do Rio Taquari-Antas exigiu uma atuação mais ágil do Comitê diante das demandas socioambientais.
A Fase C compreende Eixos, Programas e Ações, que foram elencados durante as oficinas, sendo escolhida como prioritária a Ação “Estudos, projetos e obras de reservatórios para contenção de cheias e/ou regularização de descargas, ou de outras soluções estruturais ou não estruturais, dentre as quais ações de desassoreamento, recuperação de encostas com vegetação, entre outras”. Em função de sua amplitude, essa ação foi desmembrada em quatro ações, resultando no encaminhamento inicial de um projeto de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), cujo edital será elaborado pela equipe técnica do DRHS.
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